19/04/2018 às 11:32 | Comunicação
Entidade parabeniza atletas e torcedores indígenas
Engana-se quem pensa que o índio vive apenas da caça e da pesca. No país do futebol, muitos deles enfrentaram preconceitos para viver da "bola".
Na Bahia, alguns se destacaram no esporte. Quem não se lembra do meia Expedito, mais conhecido como Índio. O ex-atleta oriundo de uma tribo indígena na região de Pau Brasil atuou por clubes como Serrano e Atlético de Alagoinhas.
Mais recentemente, outro atleta brilhou no futebol baiano. Antônio Rogério, mais conhecido como Índio, não é um índio nato, mas é descendente de indígenas. No Vitória, o atacante viveu o auge da carreira, entre os anos de 2005 e 2012. Famoso pela comemoração das 'flechadas' em alusão às suas origens, ele brilhou com a camisa rubro-negra, foi artilheiro e ainda se tornou o jogador do clube que mais fez gols em um BAVI ao marcar quatro vezes no histórico clássico que terminou com triunfo do Leão por 6 a 5, na antiga Fonte Nova, no dia 22 de abril de 2007. Quarto maior artilheiro do Barradão, Índio retornou a futebol baiano neste ano e, aos 36 anos, atua pelo Conquista na Série B do Baianão 2018.
Foto: Índio, ex-Vitória, hoje no Conquista Futebol Clube (Foto: Acervo Pessoal)
Mas, não foi só na Bahia que os índios fizeram história no futebol. Em outros estados eles também mostraram talento com a bola no pé. Como não se lembrar do lateral-direito Índio, bicampeão brasileiro e campeão mundial com o Corinthians em 2000, e que começou a carreira na base do Vitória. Hoje, ele encontra-se na aldeia Gavião Kyikatêjê, no município de Bom Jesus do Tocantins, no Pará, que se tornou a sede da primeira equipe de futebol profissional de origem indígena do Brasil, o Gavião Kyikatêjê Futebol Clube. O ex-jogador, de 39 anos, é técnico do time na segunda divisão do Campeonato Paraense.
Índio, ex-Corinthians, hoje é técnico do Gavião Kyikatêjê Futebol Clube (Foto: Jonne Roriz/VEJA)
Além dos citados, outros diversos atletas índios ou com origens indígenas atuaram no futebol brasileiro. Alcindo, atacante do Grêmio e da Seleção Brasileira na Copa de 66; Alipio, lateral-esquerdo do Bahia em 1981; Guaraci, zagueiro de Bahia, Catuense e Redenção nas décadas de 70 e 80; Índio, atacante campeão brasileiro pelo Coritiba em 1985; o também atacante Índio, que atuou no Flamengo e pela Seleção Brasileira na década de 50 são alguns deles.
Fora das quatro linhas, os índios também são presenças constantes no meio do futebol. Hoje, eles estão espalhados nas arquibancadas de estádios de todo o país como torcedores. Na Copa do Mundo, foram destaque em todas as sedes. Na Bahia, os índios da Aldeia Pataxó de Coroa Vermelha, em Santa Cruz Cabrália criaram uma relação de amizade com a Seleção da Alemanha, que escolheu a cidade para se hospedar durante a competição. Ao conquistarem o título mundial, os alemães homenagearam a tribo com danças indígenas e ainda deixaram para os índios um cheque de 10 mil euros (cerca de R$ 30 mil), que foi utilizado para a compra de um carro que ajuda no atendimento médico à comunidade.
Índios de Santa Cruz Cabrália ensinam dança aos atletas da Alemanha na Copa de 2014 (Foto: Getty Images)
Por isso, neste 19 de abril, dia em que é comemorado o Dia do Índio, a Federação Bahiana de Futebol (FBF) parabeniza todos os atletas e torcedores indígenas do país. A entidade agradece aos povos indígenas pela colaboração para o sucesso do futebol baiano e brasileiro.
Dia do Índio - O dia do índio foi instituído no Brasil em 1943, pelo então presidente Getúlio Vargas, como forma de homenagear o povo. A data é uma espécie de reflexão sobre os valores culturais dos povos indígenas e a importância da preservação e respeito aos costumes dos índios.
Foto Capa: Sulbahianews